Dogville
Ao que tudo indica, o blogue "Guarda Mal" acabou os seus dias. Muitos guardenses, nos quais me incluo - e não só - tinham-se habituado a reconhecer neste espaço uma lufada de ar fresco no quietismo acrítico que domina a vida da cidade. Um autêntico serviço público. Num exercício atento e informado, o blogue foi dando a conhecer aos cidadãos aquilo de que uma imprensa local geralmente domesticada e medíocre não fala. Nas pequenas cidades como esta, existe frequentemente um pacto social invisível, que vai preservando a mentira até onde pode. Mais: dá azo a que essa mentira paire como um manto regulador, como a única estratégia de sobrevivência, como um dogma, como uma regra a que não se pode fugir. Esta espécie de suave omertá tem efeitos devastadores para o verdadeiro crescimento da cidade.
A medida da importância do blogue pôde ser medida pelo tipo e intensidade das reacções adversas que desencadeou e que acompanhei: de casta, corporativas, de feudos, etc. Comum a todas elas, o ódio à existência de um verdadeiro espaço público, um fórum transparente, um denominador mínimo comum e tendencialmente neutro onde as questões respeitantes à urbe se discutam com clareza e com coragem. No fundo, o ódio à tal inscrição de que falava José Gil, em "Portugal, o medo de existir".
Por ele passaram em revista questões incómodas como a mediocridade generalizada e a falta de qualidade do ensino no IPG, as tentações populistas da "classe" política local, a ineficiência e amadorismo do NAC, o completo desnorte e incompetência da actual direcção camarária em matérias como o investimento público, a captação do investimento privado, de modo a fazer frente aos baixíssimos níveis de ocupação da economia local, a ausência de uma estratégia turística e de imagem para a cidade, a debilidade política do actual presidente, subalternizado às agendas políticas dos seus congéneres de Viseu e da Covilhã, o patético site da CMG, a inacreditável exposição das T shirts de Alves Ambrósio, a fulminante elevação de Luís Filipe Reis a símbolo da cidade, a insólita endogamia ao nível dos funcionários da Câmara, etc.
Pela minha parte, embora pontualmente em desacordo com algumas análises, e admitindo a existência de uma hidden agenda por detrás, insisto que foi com todo o mérito que o blogue se tornou uma referência no débil espaço público da cidade. Cuja efemeridade se lamenta, embora se compreenda.
A medida da importância do blogue pôde ser medida pelo tipo e intensidade das reacções adversas que desencadeou e que acompanhei: de casta, corporativas, de feudos, etc. Comum a todas elas, o ódio à existência de um verdadeiro espaço público, um fórum transparente, um denominador mínimo comum e tendencialmente neutro onde as questões respeitantes à urbe se discutam com clareza e com coragem. No fundo, o ódio à tal inscrição de que falava José Gil, em "Portugal, o medo de existir".
Por ele passaram em revista questões incómodas como a mediocridade generalizada e a falta de qualidade do ensino no IPG, as tentações populistas da "classe" política local, a ineficiência e amadorismo do NAC, o completo desnorte e incompetência da actual direcção camarária em matérias como o investimento público, a captação do investimento privado, de modo a fazer frente aos baixíssimos níveis de ocupação da economia local, a ausência de uma estratégia turística e de imagem para a cidade, a debilidade política do actual presidente, subalternizado às agendas políticas dos seus congéneres de Viseu e da Covilhã, o patético site da CMG, a inacreditável exposição das T shirts de Alves Ambrósio, a fulminante elevação de Luís Filipe Reis a símbolo da cidade, a insólita endogamia ao nível dos funcionários da Câmara, etc.
Pela minha parte, embora pontualmente em desacordo com algumas análises, e admitindo a existência de uma hidden agenda por detrás, insisto que foi com todo o mérito que o blogue se tornou uma referência no débil espaço público da cidade. Cuja efemeridade se lamenta, embora se compreenda.
Etiquetas: blogues
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