quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Notícias da blogosfera

Victor Afonso acaba de iniciar (adoro estes trocadilhos semânticos) o seu blogue, intitulado "O Homem que Sabia Demasiado". Trata-se de um espaço claramente pessoal, onde são divulgadas as afinidades electivas do autor, no domínio do cinema e da música. Como já esperava, a informação é transmitida de forma clara e esclarecida. Como que a atenuar a simples "parcialidade" do gosto. Em resumo, uma boa notícia para os cinéfilos e melómanos e um sinal mais na blogosfera guardense.

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tempus fugit

Hoje é feriado cá pelo burgo guardense. Uma maçada. Como fugir então às efemérides, à urticária inaugurativa, às pevides laureantes e às famílias a pachear as crianxinhas? Conselho de amigo, comprovado hoje mesmo: dar uma escapada até Salamanca. Sim, uma pequena viagem no tempo. Respirar algum ar civilizador. Entrar na Livraria Cervantes e ficar por lá umas horas. Ir até ao Café Corral e beber uma orchata. Ou duas. E folhear o "Bushido, el Código Ético del Samurai y el Alma del Japón" de Inazo Nitobe, uma excelente reedição comemorativa do centenário da obra, que acabei de encontrar numa estante obscura, à minha espera! Bingo! Ora bem. Dito e feito. Qual Prozac qual quê! Entretanto, à noite, toca a rumar em direcção ao TMG. Para assistir à estreia absoluta de "O Cancioneiro de Estevam da Guarda", pelo grupo La Batalla, sob a direcção de Pedro Caldeira Cabral. Ver aqui mais informações sobre a obra e o espectáculo.

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sábado, 24 de novembro de 2007

Esteve quase

Soube há pouco a notícia. Por motivos imprevistos, a estreia do espectáculo "Eu queria encontrar aqui ainda a terra", que deveria acontecer na quarta-feira, no Pequeno Auditório do TMG, foi adiada para 16 de Janeiro.

Nota: depois disso, voltou a ser adiada sine die.

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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Importa-se de repetir?

"Cada pessoa que morre na estrada é menos uma vida humana..."

Maria do Carmo Borges, Governadora Civil da Guarda, à saída de uma reunião da Comissão Especializada de Prevenção e Segurança Rodoviária do Conselho Coordenador do Distrito da Guarda

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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eu queria encontrar aqui ainda a terra

Foto: Tiago Rodrigues

É já no próximo dia 28 que estreia a nova peça do Projéc~, uma produção do TMG para a Câmara Municipal da Guarda e Centro de Estudos Ibéricos. Trata-se do quinto trabalho da estrutura de produção teatral daquela instituição. O espectáculo é baseado no texto homónimo de manuel a.domingos e deste vosso criado. O qual procura situar vários encontros, intensos, irónicos e por vezes desconcertantes: da memória recente da cidade com dois passageiros ilustres: Eduardo Lourenço e Vergílio Ferreira; de duas gárgulas de granito que são o mesmo e o diferente, a matéria e o espírito; de duas personagens num ambiente exótico, cujas perguntas são maiores do que as respostas e estas provêm do inesperado. Encenação, dramaturgia, cenografia e figurinos de Luciano Amarelo. A interpretação está a cargo de Paulo Calatré e Pedro Frias. Em cena no Pequeno Auditório do TMG até 30 de Novembro.

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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cogumelos e tudo

Painel dos exemplares recolhidos

A Associação Luzlinar, sediada no Feital (Trancoso), realizou ontem uma actividade chamada (ups!): "Vamos aos tortulhos, comer cogumelos e estudar macrofungos IV (passeio, almoço e conferência)". Pois o escriba esteve lá. Acaso já adivinhava que a coisa iria ser superlativa. E foi mesmo. Pena que o Outono esteja tão seco, primando os fungos pela escassez. Sobre a morfologia dos cogumelos, cuidados a ter na identificação e recolha, quais as espécies comestíveis e as razões porque Portugal é um país micófobo, remeto para aqui, aqui e aqui. A conferência, a cargo da Dra. Sílvia Neves, bióloga, teve duas qualidades fundamentais: suficientemente curta para não se tornar sonolenta; suficientemente rica em informação para estimular um conhecimento mais profundo dos fungos nas várias vertentes: características, papel desempenhado no eco-sistema, reconhecimento e classificação, utilização para fins gastronómicos, farmacêuticos ou industriais, cuidados a ter na sua recolha e preservação e, numa perspectiva antropológica, práticas e costumes associados ao longo da história. Algumas espécies são produzidas em cultura (Agaricus bisporus, Agaricus campestris, Auricularia auricula-judae, Lentinus edodes, Pleurotus ostreatus), mas a maioria dos cogumelos mais valorizados ainda não se consegue obter desta forma e por isso são recolhidos no campo e depois comercializados: Tricholoma Equestre (míscaros), Amanita caesarea (amanita dos césares), Boletus edulis (boletos ou cepes), Cantharellus cibarius, Lactarius deliciosus (sanchas), Fistulina hepatica (língua-de-boi), Macrolepiota Procera (frades ou tortulhos). De entre os mencionados na conferência, chamaram-me a atenção três espécies:
  • o extraordinário Claviceps Purpurea, ou esporão do centeio. Trata-se de um fungo que cresce nas espigas do centeio. É conhecido na Beira Alta por lenticão. Tem propriedades alucinogéneas. De um dos seus alcalóides, em 1943, extraiu Albert Hofmann o LSD. Na Idade Média originou uma doença chamada ergotismo, devido ao consumo daquele cereal.
  • o Amanita Muscaria, o mais popular dos cogumelos mágicos. A sua beleza carismática, difundida pela literatura e pelo imaginário popular, é proporcional à sua toxicidade, graças à psilocibina que contém.
  • o Amanita Caesarea, uma das espécies comestíveis mais apreciadas desde a Antiguidade.
Reservo o inesquecível almoço para o final. Uma verdadeira ode culinária em honra dos "tortulhos". Só para fazer inveja aos leitores, aqui vai a ementa.

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Coleccionismo e pechisbeque

Fui ver as novidades no blogue do TMG. Com alguma surpresa, deparei com uma profusão nunca vista de comentários nas caixas respectivas das últimas postagens. Um sinal de que o debate não é letra morta. Todavia, dei conta de que, por vezes, o anonimato revela o melhor e o pior dos seus autores. A ilustrar a segunda hipótese, veja-se este comentário. Como se nota, até os mistificadores não faltaram à chamada, acorrendo entusiasticamente e fazendo uso dos exercícios masturbatórios a que se resume a sua endurance criativa. A prosa mais parece uma paródia a um texto do Rodrigues Migueis ou do Aquilino, um projecto de guião para um filme do Pedro Costa, ou até mesmo um editorial do jornal "A Guarda". Embora o uso indiscriminado da elipse nos transporte até Faulkner. De qualquer modo, este é dos exemplos mais felizes que tenho encontrado daquilo a que José Gil se refere como uma "não inscrição". Isto é, a ambiguidade com origem no pavor visceral que o português tem em querer conhecer as suas limitações. Sentindo-se desconfortável com aquilo que não conhece e indisponível para o que não compreende. Daí até refugiar-se no limbo do descomprometimento, na teia da virtude permanentemente negociada, na retórica estéril, é um passo lógico. Prova disso é que o resultado deste texto assemelha-se a uma colecção de obscuridades, ao produto de um esguicho solipsista. Ao que parece, com recadinhos cirúrgicos pelo meio. Como uma mensagem criptográfica. Haja paciência!

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domingo, 11 de novembro de 2007

O triunfo da abóbora


A abóbora e o dia das bruxas - uma tradição céltica que degenerou no Haloween - tiveram honras de festa, no centro da Guarda, durante os dias 2 e 3 deste mês. A denominada "Festa da Abóbora" foi promovida pela Câmara Municipal, a instâncias da clarividente vereadora do Turismo e do Ambiente. Um grupo de animação de Palmela encarregou-se do circo. De qualquer modo, a cidade precisa urgentemente de uma estratégia clara e consequente na cultura e na promoção da sua imagem. E que passa, quem sabe, por ir à bruxa...

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Stalker

Açude, perto de Linhares

idem

Lactarius deliciosus, mais conhecidos por setas ou sanchas, antes do guisado

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Jornal Cidade Mais
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