sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Já são 810 primaveras!

Hoje é feriado municipal aqui pela Guarda. Não houve tempo para ir à torre de menagem ver os recém-inaugurados melhoramentos. Os quais incluem a projecção do foral da cidade num dos pisos e um centro de interpretação. Já aqui tinha dado conta das obras de requalificação então anunciadas, sob o título "O Novo Belvedere". A visita fica então para amanhã. Por sua vez, daqui a duas horas, perspectiva-se mais um grande acontecimento musical. Trata-se do espectáculo "Mestres de Capela da Sé da Guarda" (séc. XVI-XIX), sob a direcção de João Pedro Delgado e Domenico Ricci, no TMG.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

É já neste sábado!

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E depois do adeus

Maria do Carmo Borges anunciou que não continuará no cargo de governadora civil da Guarda. Irá assim permanecer em funções unicamente até ser nomeado novo titular. Esta sua decisão encerra um significado óbvio. O de que irá, muito provavalmente, abandonar a vida política activa. Muitas leituras e apreciações se têm feito acerca do seu desempenho público, sobretudo enquanto presidente da Câmara. Pessoalmente, só conheci de perto o seu último mandato, entre 2001 e 2005. Durante esse período, quer pelo que lia na imprensa, quer por algumas reuniões que mantive com a então presidente, quando dirigia o Aquilo Teatro, sempre tive uma boa impressão de MCB. Sobretudo pela forma directa e voluntariosa como abordava as questões discutidas. Significa isto que uma impressão pessoal favorável, de pendor subjectivo, pode ser transposta para uma apreciação de cariz político? Não necessariamente. Creio até que o seu consulado autárquico será lembrado como a máquina que prolongou a agonia terminal da época desastrosa de Abílio Curto. Não por acção, mas sobretudo por omissão. Não pela forma, mas pelo conteúdo. Não pelo dolo, mas pela negligência. Deixou que a inércia dos hábitos nocivos se sobrepusesse ao reformismo prudente, mas firme. MCB não desligou pois a máquina, numa altura em que a eutanásia política era a única solução para a Guarda. E teve tempo e legitimidade para o fazer. Os resultados viram-se: pré-falência técnica da Câmara, cedência aos pequenos poderes instalados na autarquia e adjacências, má gestão dos temas fortes da agenda política guardense (novo hospital, CTT, fecho da VICEG, só para dar alguns exemplos). Claro que nem tudo foi negativo. Bem pelo contrário. Do outro lado da balança invoco a construção de equipamentos públicos como as piscinas, a remodelação do estádio e do parque municipais, a comparticipação na construção do Teatro Municipal, a criação da Culturguarda, entidade gestora dos equipamentos culturais do concelho, o apoio às entidades associativas, requalificação urbana em vários pontos da cidade, etc. É de realçar o facto de ter apoiado sem hesitações a actividade cultural, nas suas várias vertentes, ajudando a projectar a cidade nesse campo de forma ímpar. Claro que é defensável a opinião de que utilizou a cultura como bandeira de conveniência. Mas é caso para dizer que, neste caso, os fins justificam os meios. Só por isso, valerá a pena estar grato a MCB.
Como nota final, tudo indica que o senhor que se segue na cadeira de governador ainda é uma incógnita. No entanto, aceitam-se apostas múltiplas numa tripla...

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Minimamente

foto de ensaio de Armando Neves/TMG

"Minimamente" tem estreia marcada no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda. Será neste sábado, pelas 21h30. A interpretação estará a cargo de Agostinho da Silva, Albino Bárbara, Carlos Lopes, Cristina Fernandes, Filipa Teixeira, Daniel Rocha e deste vosso criado. O apoio à encenação é de Américo Rodrigues e a sonoplastia é de Victor Afonso.
1. O espectáculo. "Minimamente" foi construído a partir de "Histórias Mínimas", do dramaturgo catalão Javier Tomeo. Trata-se de um conjunto de 44 micro histórias desconcertantes, cuja primeira edição é de 1988. São crianças que partem a lua à pedrada, barbeiros que degolam os seus clientes, leões com dentadura postiça, oceanos que cabem numa garrafa, esqueletos que conversam no cemitério, estrelas que se apagam com um sopro. Ou seja, brevíssimas pinceladas escritas com um humor transbordante, com finura, onde o quotidiano se torna uma amostra do absurdo e vice versa. A peça pretende reproduzir este clima, onde as convenções da própria ficção não resistem à derisão de um humor cáustico e arguto. A encenação é atípica, ou seja, colectiva, embora orientada por Américo Rodrigues. Como curiosidade, esta foi também a peça escolhida para a estreia do grupo "“As boas raparigas vão para o céu, as más a todo o lado”, no início dos anos 90.
2. O grupo. Tintinolho é um cume sobranceiro ao vale do Mondego, a 4 Km da Guarda, onde existiu um importante castro, ocupado desde a Idade do ferro até à Alta Idade Média e cujos vestígios do imponente recinto muralhado ainda hoje são visíveis à distância. "Tintinolho" foi a designação escolhida para um projecto que reúne um conjunto de amantes do teatro, cujo primeiro objectivo foi levar à cena esta produção colectiva. A experiência teatral dos participantes é a mais diversa. O que não impediu, bem pelo contrário, que esta aventura fosse levada a bom termo. Para já, assenta-lhe bem a designação "grupo informal", ou "projecto". "Companhia" logo se verá...
3. Finale andante. O que posso dizer da minha experiência nesta aventura artística? Em certos momentos, encontrei os meus personagens pelo rasto que deixavam numa paisagem deserta. Era um olfacto canino que os reconstituía e uma memória audaciosa que os colocava no seu lugar provisório. Numa das suas faces, o teatro parte desta brancura imaculada do momento zero, do instante fundador. Uma economia profundamente humana, onde perscruto os meus personagens. Suspensos. Hesitantes. Amantes da música. Prisioneiros da cor do pormenor. Da vida derramada como aguarela num descampado. Onde os faço banhar numa bruma verbal delicadamente irisada. Seres encantadores e ineficazes. Criaturas bizantinas e patéticas. Idealistas inúteis. Sedutores por tédio. Heróis detentores de uma bela verdade humana. Fardo esse que não podem carregar nem evitar carregar. São personagens que tropeçam. Que tropeçam porque olham para as estrelas. Enquanto caminham. Que podiam sonhar, mas não governar.

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Imagens da Guarda

Armindo Faria

Centro histórico

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sopa da pedra

Sou espectador assíduo do programa Ponto/Contraponto, na SIC Notícias. Um emissão onde Pacheco Pereira tem oportunidade de se debruçar em pormenor sobre vários exemplos de mau jornalismo. E de como isso ilustra a falta de pluralidade e de isenção na informação. JPP é aqui, com toda a propriedade, uma espécie de provedor do cidadão, no que aos media diz respeito. E o programa é claramente um exemplo de serviço público. Ora, os baixos níveis de qualidade da maioria do jornalismo que se pratica no nosso país aferem-se, sobretudo, no tipo de tratamento dado aos temas de 1ª página. Mas nem por isso o tipo de apresentação das notícias "menores" deixará de definir também um quadro clínico de negligência e falta de rigor. Muitas vezes, é mesmo através do pormenor que se detectam os principais sintomas.
E é precisamente de um exemplo desses que hoje irei falar. Recentemente, numa emissão da RDP Centro dedicada à respectiva área de cobertura, a seguir ao noticiário das 13h00, um jornalista dessa emissora apresentava o "X Festival de Sopas da Serra da Estrela", em S. Paio, Gouveia. Claro que se não andasse com uma dieta semi-rigorosa às costas, tinha lá dado um pulo, mas a questão não é essa. Em termos globais, se abstrairmos do indiscutível mérito da ideia e da qualidade evidenciada, o facto em si não passa de mais uma iniciativa de promoção local. Todavia, o tratamento dado por esse jornalista foi desastroso. Após a descrição inicial, com aquele à vontade de quem associa uma mostra gastronómica a uma quermesse de feira, informou o auditório indígena que os que ali acorriam estavam (sic) "sequiosos de comer"!!! Sequiosos? Mas de comer o quê? As sopas, presumo! Confesso que, em termos semânticos, é complicado definir a apetência segregada no hipotálamo por uma sopa. Será sede? Será fome? Será uma sede que não chega a ser fome? Será uma fome envergonhada, mascarada de sede? Ou antes uma irreprimível necessidade de um aconchego da alma, por via do estômago, sem demasiado comprometimento? É de supôr que todas estas visões contraditórias passaram pela cabeça do jornalista. Se tal ocorreu depois de uma prova das sopas, é de supôr igualmente que o paradoxo se transmutou, adquirindo as propriedades do puro disparate. Se foi antes, é de acatar a hipótese de o jornalista pré-comensal ter ficado à mercê do trocadilho semântico de ocasião. Ou seja, o pau para toda a colher dos preguiçosos. E a ocasião produziu um magnífico oxímoro (figura de estilo que consiste numa contradição muito intensa e cujo significado é aparentemente absurdo). Vejamos então a definição para "sequioso" no Dicionário Priberam de Língua Portuguesa: 1. Sedento, ávido de água. 2. Seco em extremo, falto de água. 3. Fig. Sedento; ávido; muito desejoso. Como se depreende, o elemento chave é a falta de água. A qual, no limite, também pode ser a metáfora para outros apetites. Que inclui, ora aí está, o apetite de comer, perdoem-me o recurso estilístico. Portanto, não é de descartar a possibilidade de o jornalista, alucinado com os aromas de uma sopa de beldroegas, ter efectuado um trajecto linguístico singular, bizarro mesmo. Ou seja, o percurso que vai de um oxímoro a um simples pleonasmo.
Mais à frente, o jornalista entrevista alguns transeuntes. A páginas tantas, questiona um jovem sobre "o que é que andava ali a fazer"!!! Isto na suposição, presume-se, de que o jovem pudesse ser um ET, um adepto de uma claque de futebol em vilegiatura serrana, ou um pré-delinquente a quem foi dado o devido "correctivo das sopinhas". O mencionado jovem respondeu, sensatamente, que vinha "experimentar umas sopas". "Sopas?!", zuniu o jornalista. "Então vocês não gostam mais de bifes e assim?", acrescentou. Claro que a luminária queria dizer hambúrgueres. Claro que o perguntante estava surpreendido por causa de o jovem estar ali, "normalmente", e não num estabelecimento de fast food a empaturrar-se de toxinas, ou a fumar um charro, ou a insuceder na escola, ou a jogar ao braço de ferro com um professor numa sala de aula, com um telemóvel de permeio. Claro que esses clichés (temos que chamar as coisas pelos nomes), alimentados em grande parte pelos media, são de tal forma irresistíveis que o nosso jornalista não evitou sucumbir diante deles. Imaginemos que diante da sopa. Precisamente.

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domingo, 1 de novembro de 2009

A minha primeira cache


Parece coisa de escuteiros, mas não é. Acreditem que é mesmo divertido. Vão até á página do geocaching, ou aqui, em português, e percebam como o jogo funciona. Na Guarda e redondezas já há, pelo menos, oito "tesouros" à espera de serem "descobertos".

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Jornal Cidade Mais
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