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O guarda-nocturno

Da lavra de José Carlos Alexandre, saiu no jornal "O Interior" uma crónica com o subtítulo a urgente educação dos intelectuais subdesenvolvidos. Na sua saga em defesa do gosto do bom povo, o autor fustiga violentamente os tais intelectuais, com epítetos como: "luminárias", "artistas de meia tijela", "snobes insuportáveis". Estes são, segundo ele, os sinistros representantes de uma elite obscura, que pretende educar o povo com "alta cultura" e que justifica o atraso do país com o facto provado (pelo autor) de que o povo não está interessado em "alta cultura" e prefere futebóis, fados e religião (sic). Acrescenta ainda que as elites que temos não prestam, "tomaram decisões desastrosas", desde o liberalismo, supõe-se, e que "nos conduziram ao triste estado em que estamos". Outras elites de países "civilizados" são, segundo o autor, mais tolerantes com os gostos do respectivo "povo". Dá o exemplo da Alemanha, onde, informa, o Volkgeist se resume à "cerveja, ao futebol, ao cabaré e outro qualquer entertenimento pimba" (sic). Termina de modo assertivo, com o discurso habitual de que o que interessa é "dar" a todos o acesso à "alta cultura", sem a intervenção dos tais intelectuais subdesenvolvidos. A quem estará vedada qualquer tutela sobre os gostos das massas, pois "não têm nenhum mandato para o efeito", ainda por cima com o rico dinheirinho dos contribuintes. Alexandre consegue mesmo vislumbrar uma "ambição estalinista" nestes degenerados.

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