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Guarda Digital


Está disponível, a partir de hoje, o novo portal Guarda Digital. Fui fazer uma visita. O que vi agradou-me, embora se note que ainda há algum trabalho pela frente. Está organizado por sectores: notícias, directório regional, serviços, arte e cultura, pecados, desporto, jovens e uma galeria multimédia, para além dos destaques da página de entrada. Saliento, pela positiva, o segundo, que reúne informação relevante do sector dos serviços, comércio e indústria, profissões liberais, instituições, associações, etc. Nota positiva para a inclusão de um espaço onde podem ficar armazenados vídeos, fotografias e gravações audio sobre a região e também do link "Pecados": uma compilação de estabelecimentos e actividades lúdicas, incluindo as chamadas alternativas e de lazer. Dos 7 só estão representados a preguiça, a luxúria, a vaidade e a gula. Então e os outros? Será que a ira, a avareza e a inveja não são gente? Na ira poderiam ser incluídos alguns ginásios, na avareza estabelecimentos bancários e na inveja, lojas de telemóveis, por exemplo.

NOTA: já quanto à acídia, o caso é outro. Este atípico pecado capital foi "substituído", durante a Contra-reforma, pela preguiça. Bosch ainda o incluía, nos seus quadros, no cardápio das sete licenciosidades interditas. O termo significa, seguindo tradução canónica, tristeza pelo bem espiritual, acidez, queimadura interior do homem que recusa os bens do espírito. Como se vê, trocou-se uma coisa séria por um pecadilho menor. Porquê? Quis-se adequar a moral à ordem capitalista do trabalho? A tristeza, enquanto afronta à bem-aventurança eterna, é uma categoria demasiado subtil para ser sancionada liminarmente? Seja como fôr, com mais ou menos variantes, a acídia é a venialidade mais praticada na Guarda. Aqui sim, um pecado mortal.

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