O desígnio

O acto eleitoral é o momento supremo onde a é manifestada a vontade contratual dos cidadãos em relação aos seus representantes. Historicamente, pelo menos em Portugal, houve sempre duas formas de adulteração dessa escolha: pelo lado da definição do universo eleitoral e pela subversão dos mecanismos da representação. A ilustrar o primeiro caso, basta referir o sufrágio censitário do liberalismo, a exclusão dos analfabetos da 1º república, pelo PRP, e a contingentação administrativa do recenseamento, durante o Estado Novo. O expediente destinava-se respectivamente, à exclusão dos elementos radicais setembristas, de modo a assegurar o perpétuo girar de cavalheiros das várias facções; à exclusão das massas rurais e do proletariado, afastando-se assim o voto católico e tradicionalista; à fixação de um eleitorado funcionalizado e obediente. Do outro lado, ressalta a inexistência de uma verdadeira responsabilização intuitu personae dos eleitos pelos seus constituintes. Seja qual for o modelo de contabilidade eleitoral seguido. Neste particular, a marcação de audiências periódicas onde os deputados recebem as reclamações dos eleitores do círculo respectivo, como acontece no Reino Unido, parece um cenário de ficção científica. Portanto, é tradição nacional a distribuição dos lugares ser tão errática como a diluição do vínculo representativo.
Francisco Assis estará pois na Guarda, durante a vileggiatura eleitoral. A abnegação com que se dispôs a aceitar o "desterro" é apropriadamente franciscana. Evidentemente, não é o político Assis que está em causa. Até porque demonstrou muita coragem, onde outros não a tiveram, no infâme episódio de Felgueiras. Até porque o próprio confessou a transitoriedade do seu desempenho, afirmando continuar o Porto a ser o seu centro político. Lamenta-se é a Guarda não ter mais nada que "oferecer" às instâncias partidárias decisórias, senão os melhores golpistas da temporada. Deparando-se os eleitores com uns ilustres (?) desconhecidos, recém-empossados em qualquer coisa, em busca da notoriedade pastosa das prebendas da pequena política. Encabeçados, precisamente, pela prestimosa "figura" de circunstância. Muito pouco, na verdade.
Francisco Assis estará pois na Guarda, durante a vileggiatura eleitoral. A abnegação com que se dispôs a aceitar o "desterro" é apropriadamente franciscana. Evidentemente, não é o político Assis que está em causa. Até porque demonstrou muita coragem, onde outros não a tiveram, no infâme episódio de Felgueiras. Até porque o próprio confessou a transitoriedade do seu desempenho, afirmando continuar o Porto a ser o seu centro político. Lamenta-se é a Guarda não ter mais nada que "oferecer" às instâncias partidárias decisórias, senão os melhores golpistas da temporada. Deparando-se os eleitores com uns ilustres (?) desconhecidos, recém-empossados em qualquer coisa, em busca da notoriedade pastosa das prebendas da pequena política. Encabeçados, precisamente, pela prestimosa "figura" de circunstância. Muito pouco, na verdade.
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