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A ver navios

A notícia chegou-me através do Américo Rodrigues: António Piné acaba de doar a sua colecção de arte à Associação Nacional de Farmácias. O espólio, que inclui um desenho de Picasso, é preenchido com obras de artistas plásticos contemporâneos, ligados a várias correntes artísticas do séc. XX. A lista dos autores representados pode ser aqui consultada. Segundo o DN Online, as 44 obras consideradas mais representativas da colecção estarão expostas na sede daquela instituição, a partir de dia 11. Que, para quem não sabe, se situa num local de eleição: as portas de Santa Catarina, em frente do jardim com o mesmo nome, à Bica. A colecção, avaliada para efeitos de seguro em 3 milhões de euros, havia sido prometida a Pinhel, terra natal de Piné. Por outro lado, este tinha proposto à Câmara da Guarda a aquisição da colecção, a fim de ser exposta em local adequado. Quer num caso quer noutro, segundo o próprio explicou, as negociações chegaram a um impasse, nunca desfeito. Até agora, e pelas piores razões. Embora o desfecho da história se adivinhasse, graças às hesitações da autarquia. A indignação e o desapontamento que sinto é comum a todos os guardenses. E não só. A cidade ficou assim privada de um acervo artístico que, exposto e tratado em local condigno, faria entrar a Guarda no roteiro internacional da arte contemporânea. Como diz o o Director do TMG, seria a cereja no cimo do bolo. Quanto à sua gorada localização, remeto para as sugestões que o mesmo adianta. Acrescentando que o modelo institucional mais apropriado teria sido o da criação de uma fundação que gerisse o conjunto. Em qualquer caso, a comparticipação financeira e técnica do Ministério da Cultura seria indispensável. Desperdiçar esta oportunidade terá um preço muito alto para a Guarda e região e irá certamente hipotecar o seu desenvolvimento. A todos os níveis e não só o referente à criação de uma excepcional mais-valia cultural. Que agora foi esbanjada, sem honra e sem glória.

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