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A coisa

O CyberCentro existe há três anos, sediado no Solar dos Póvoas, em plena Praça Velha. O seu modo de funcionamento é uma incógnita. Uma vez fui lá, afim de consultar a net. Deparei logo com uma senhora, tipo contínua, com ar de poucos amigos. Perguntou-me ao que vinha, com o propósito de quem está ali para enxotar as "moscas" que venham perturbar o sossego às iluminárias que, em gabinetes à prova de som, planeiam a estratégia para o próximo milénio. Já arrependido da minha iniciativa, respondi-lhe que vinha à consulta de ortopedia, mas afinal era engano. Deixei-a mais aliviada, "Estava a ver que vinha consultar a internet!", deve ter pensado. "É melhor ir falar com o senhor doutor". Há sempre um "senhor doutor", ou um "senhor engenheiro", nestes gavetos de saber enigmáticos, nichos ideais para sinecuras e nomeações políticas à la carte. Pois bem, existe uma Associação, que supostamente gere o espaço. Mas qual é o seu estatuto? Público ou privado? Então não foi a Câmara que reabilitou o espaço? E o equipamento, quem o pagou? Mas a suprema ironia é esta: o site respectivo está em construção há, pelo menos, dois anos. Se por acaso acederem, é como se entrassem num estaleiro de uma obra sem fim à vista, onde o provisório se vai eternizando. Em conclusão, esta coisa é a aproximação mais fidedigna ao que chamo punheta tecnológica, tão ao gosto dos tempos que correm. CyberQuê?

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