segunda-feira, 26 de abril de 2010

TMG - cinco anos

O Teatro Municipal da Guarda fez ontem 5 anos. Sim, o tempo passa e o compasso não é binário. É caso para dizer que o TMG, ainda na idade pré-escolar, já fez escola. Assim mais à vista, por dois motivos principais: porque se tornou um exemplo de boas práticas de gestão a nível local, contrariando a ideia de dissipação de recursos associada por algumas almas a este tipo de equipamentos, quando na verdade a verdadeira dissipação está na criação e programação de infra-estruturas redundantes existentes no concelho; e ainda porque assumiu desde a primeira hora uma programação ambiciosa, atenta e sem descurar o risco. Como "culpados" deste crime perfeito, aponto os três "suspeitos do costume": Américo Rodrigues, o mentor e director artístico do Teatro, a equipa que lá trabalha e a autarquia, que tem sabido interpretar correctamente o significado de uma instituição deste tipo. Basta ler a imprensa de referência para perceber o que aqui se disse. E com isto é a cidade que ganha, o público que tem possibilidades de escolha, o inconsciente colectivo que criou uma nova referência incontornável na paisagem da Guarda.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os ricos que paguem as SCUTs

Algum dia tinha que acontecer. Gostaria de partilhar a minha total concordância com a recente medida do Governo em introduzir portagens em três SCTs do Norte e Centro. Mais concretamente do Norte/Litoral, Costa de Prata e Grande Porto. Efectivamente, trata-se de infra-estruturas pensadas para, mais cedo ou mais tarde, o respectivo custo se vir a repercutir nos utentes. Neste caso, é motivo para dizer que, "enquanto o pau ia e vinha, folgavam as costas". Só que, o momento da verdade haveria de chegar. Por outro lado, já ouvi algumas críticas à não extensão da medida a todas as SCUTs. Discordo de todas elas. Porquê? A razão é simples: no caso das três abrangidas pela medida, verificam-se preenchidos os pressupostos para a decisão: vias alternativas razoáveis e rendimento superior à media nacional. Mas há um outro motivo, de ordem estruturante. Se me disserem que alguns troços de auto-estrada, sobretudo no litoral, são uma duplicação de vias com esse perfil já existentes, uma estratégia esbanjadora cujos maiores beneficiários são os construtores, os concessionários e certas redes clientelares devidamente "enluvadas", estou pronto a aceitar sem hesitação. Mas já que existem, então que quem deles beneficia directamente contribua para o seu pagamento e manutenção. Na  condição de existirem soluções alternativas de circulação, estarem essas SCTs implantadas  em zonas desenvolvidas e servirem troços inter-urbanos, como é o caso. Portanto, esteve bem o Governo em não impor portagens, para já, na A 23 e A 25. Uma vez que, servindo ambas uma vasta região do interior, cumprem um desígnio de coesão nacional, de correcção das assimetrias. Propósitos estes só atingidos se se mantiver a actual discriminação positiva. Para além de que, neste momento, não haveria praticamente vias alternativas nas zonas abrangidas...

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