sábado, 20 de setembro de 2008

Acto seguinte

Prossegue hoje o festival, com o espectáculo "A Festa", pelo colectivo "Mundo Perfeito", com a participação de Rita Blanco e Tiago Rodrigues.

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Está lá!?

Sábado. Dia sem carros. Como vivo no centro, notam-se especialmente os efeitos da não circulação dos ditos cujos. O dia prometia. Talvez uma volta de bicicleta, se o pé esquerdo permitisse. Mas o melhor é não arriscar. Seguramente, uma volta a pé, disfrutando os encantos da Guarda até há cem anos atrás. Parece fácil, não é? Todavia, porém, eis que, eis senão quando, entretanto, contudo, no entanto, às 10 da manhã toca o telefone. "Está? Bom dia, sr. dr. Daqui fala do tribunal. Então hoje está de turno, não é?" Era. "Temos aqui um interrogatório com um ucraniano. Posse de armas e explosivos. Pode cá vir?" Podia, que remédio! " Dentro de meia hora estou aí!" E então foi assim. Passadas cinco horas e um arsenal caseiro, cá estou de novo, para os encantos de mais um sábado. Sem carros. E sem pessoas. Pois.

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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A impostura

Ontem à noite, passou no Pequeno Auditório do TMG o documentário Loose Change (2ª edição, 2007), de Dylan Avery. Trata-se de uma versão depurada da primeira, mas retomando a visão revisionista dos acontecimentos do 11 de Setembro. Num registo muito em voga, tributário do blockbuster "Código da Vinci": mistério, conspiração, ocultação de provas, a História como branqueamento da ficção e vice-versa, etc. As "provas" apresentadas na primeira versão foram naturalmente consideradas falsas, por investigadores independentes, meios de comunicação e pelas vozes mais representativas da comunidade científica. Basicamente, neste filme Avery pretende fazer vingar a ideia de que, afinal, os atentados foram obra do próprio governo americano. Com uns efeitos especiais dignos da melhor ficção científica. Já agora, relendo os Protocolos do Sião, porque não considerar que os culpados foram os judeus, ou o estrangulador de Kiev, ou uma seita milenarista, ou até mesmo o professor Pardal? Esta demência conspirativa fez escola. Mas será explicável unicamente pelo tédio civilizacional? Pelo anti-americanismo enquanto último reduto da esquerda relativista? Pela cobardia exemplificada no caso dos cartoons dinamarqueses, da estreia gorada de uma encenação do Idomeneo de Mozart, na Alemanha, na retirada de um quadro de Lucas Cranach do metro de Londres? Onde pretendem chegar impostores como Avery? Ganhar dinheiro com as vítimas? Ou essas também são invenção? Vendo bem, não tardará a aparecer uma terceira edição deste embuste. Provando, por A+B, que os atentados de Londres e de Madrid também foram organizados pelos respectivos governos. Verdadeiros agenciadores do terror. Haja vergonha e um mínimo de respeito pelas vítimas!

PS: Após o filme seguiu-se um debate que, imagino, deve ter sido profícuo, mas que lamento ter perdido. Graças a uma irritante inflamação no pé esquerdo, a qual me tem retido em casa desde domingo, não havendo razão para requisitar uma cadeira de rodas.

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Imagens da Guarda

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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Já é muito bom, mas...(2)

Ainda a propósito da abertura de uma livraria Bertrand na Guarda, até ao final deste ano, ocorrem-me algumas reflexões complementares.
1. Começando pelos antecedentes. Nos anos 80 e princípios de 90, salvo erro, funcionou durante algum tempo uma excelente livraria nesta cidade, na Rua Mestre de Avis. Implantada num espaço lindíssimo, dispunha, para além dos blockbusters, de um fundo bibliográfico notável. Estando representadas, em abundância, as chamadas editoras marginais. O projecto, único na Guarda, acabou por soçobrar. Neste momento, existem dois locais na cidade onde se poderão adquirir livros, para além do Modelo: a papelaria Guarda Conta e o prestimoso estabelecimento que, durante tanto tempo, foi ponto de referência para quem lia: a papelaria do Sr. Felisberto. E é tudo.
2. Por outro lado, será que alguma entidade residente, pública ou privada, se deu ao trabalho de elaborar um estudo estatístico acerca dos hábitos de leitura da população residente? A Câmara Municipal não tem especialistas e sociólogos em abundância? Se as sumidades andam ocupadas, porque não encomendar esse estudo a uma empresa? E a Biblioteca Municipal? Não deveria, neste ponto, assumir as suas responsabilidades, em vez de se comportar como um simples departamento onde o que não interessa é levantar ondas? Ora, ou muito me engano, ou esse estudo permitiria tirar conclusões surpreendentes: que existem, afinal, hábitos de leitura na Guarda; que existe um mercado para os livros; que só faltava arrumar as várias categorias que compõem a procura. Quando participei na organização da primeira feira do livro a sério na Guarda, em 2002, estive particularmente atento ao tipo de títulos vendidos. E anotei dados surpreendentes; a enorme procura de edições sobre plantas, medicinas naturais, portofólios, monografias, ensaio, crónicas reunidas de autores com alguma notoriedade por via dos media, etc.
3. Convém ainda esclarecer o óbvio, embora muitos se esqueçam: a Bertrand é uma empresa privada. Mesmo comercializando livros, não deixa de se comportar como qualquer entidade empresarial: responder à oferta e, de preferência, exponenciá-la, ganhando com isso. Não se espera que tome a seu cargo aquilo que pertence às atribuições típicas de determinadas instituições públicas, no âmbito educativo e autárquico. Para concluir, apetece-me dizer que a Guarda não é Hay on Wye *. Mas podia, no mínimo, aspirar sê-lo. Aceitam-se contributos.

* vila no País de Gales, conhecida por ser o maior centro de livros usados e albergar a maior concentração de alfarrabistas do planeta. É igualmente famosa pelo seu festival literário anual, que congrega autores e público provenientes das mais variadas origens.

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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Já é muito bom, mas...

Está prevista a abertura, até afinal do ano, de uma livraria Bertrand na Guarda. O novo espaço integrará o Centro Comercial Vivace, vai ter 160 m2 e disponibilizar cerca de 25 mil títulos em permanência.
Até agora, só tenho lido comentários entusiásticos sobre a notícia. Aqui e aqui, por exemplo. Embora compreenda a euforia que deles transpira, falta ainda falar do resto. E o resto é de tal forma vasto que não permite um alinhamento pelo coro entusiástico que tem acompanhado a iniciativa. Em síntese, penso que a simples abertura da livraria não é, de todo, a panaceia universal para o acesso aos livros e para a leitura na Guarda. É uma notícia reconfortante, mas só isso. E o resto? Muito simples: há um ano que não existe uma biblioteca pública na cidade. Não se sabe ainda quando será inaugurada a futura Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Por outro lado, o estabelecimento será só um local de venda de livros, ou terá algo mais que chame o público: lançamentos, presença de autores, tertúlias literárias organizadas, etc.? Quanto à localização, não ficaria muito melhor na Rua do Comércio, um espaço nobre por excelência, onde um estabelecimento deste tipo é essencial para fixar o público, em complementaridade com outro tipo de comércio, tradicional, por exemplo? Será que se podem responsabilizar os cidadãos da Guarda, como já vi, pela não existência de um espaço livreiro em exclusivo? Obviamente que não. Aqui, as responsabilidades pela omissão vão todas para a autarquia, que pouco tem feito para convencer um grupo privado a que aqui instalasse uma livraria, pois a interioridade e a desertificação assustam os investidores mais distraídos.
O que vai trazer de novo a Bertrand? Muito pouco. Graças às razões expostas. Mas também porque, quanto à variedade, pelo que tenho visto no estabelecimento congénere do Serra Shopping, na Covilhã, os títulos disponíveis são quase os mesmo de um hipermercado. Os preços proibitivos dos livros também não ajudam. Pelo que a alternativa das encomendas via internet continua a ser muito apetecível: pela imensa variedade, pela facilidade, pelo preço. Se uma livraria se quiser afirmar na Guarda tem que ser muito mais do que um armazém de livros. Mesmo pertencendo ao sector privado. Seria interessante estabelecer uma comparação entre os índices de leitura antes e depois da abertura da livraria. Eu não estaria muito optimista.

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Manobras de diversão

(Reedição de um texto de 4.10)
Recentemente, escrevi um post intitulado "Verão Quente" a propósito da celeuma levantada por uma crónica de Madalena Ferreira no jornal "Terras da Beira", com o título "Matou-se". Sobre o assunto, em condições normais, nada mais teria a acrescentar. Todavia, na sua crónica de 04.10 no jornal "O Interior", António Ferreira comenta este tema. A certa altura, referindo-se àquele texto, afirma que aí revelo "que o político visado é mesmo um autarca, e da Guarda, tratando-se do próprio presidente da Câmara" (sic)! Não sei que texto leu A. Ferreira, mas não foi seguramente esse, nem nenhum outro que eu tenha escrito. A conclusão é pois unicamente sua, fazendo-a passar por autoria alheia. O que, quero acreditar, tenha resultado de uma mera desatenção. Entretanto, uma semana depois, António Ferreira fez publicar, no seu espaço de opinião do mesmo jornal, uma explicação acerca do seu equívoco. O que, pela minha parte, encerra a questão em causa. Sobre a polémica de fundo, creio que está tudo dito.

Sobre o assunto, remeto para a carta aberta a António Ferreira, que Américo Rodrigues publicou no "Café Mondego". Está lá o essencial.

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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Acto seguinte

Arranca este sábado, no TMG, mais uma edição do "Acto Seguinte". A peça inaugural será "Começar a acabar", de Samuel Beckett, pelo ACE - Teatro do Bolhão, direcção e interpretação de João Lagarto. Um grande espectáculo em perspectiva. O (excelente) cartaz é da autoria de Jorge dos Reis. Para mais informações, consultar aqui.

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