quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fica p'ró próximo...

O Centro Comercial VIVACI, a inaugurar na Guarda pelo Outono, irá ser assim:


Eis algumas soluções alternativas, com a ajuda de Escher:

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A manada veio à serra

Vão picnicar aqui pelo burgo, com telhadinhos vermelhos a cintilar como nos desenhos animados do grunje granja, uns simpáticos parlamentares do peése. Vão cá estar durante uns dias. E tudo. A debater. A partilhar exegeses. A inventar as palavras que já foram inventadas. O quê? Esta deixa do Almada era para o Alegre brilhar? Muito bem, já cá não está quem falou. Mesmo assim, dei voltas ao miolo e não consigo descobrir como os contínuos do circus maximus, a confraria do silêncio, podem debater, assim, o que quer que seja, sem autorização do chefe. O que são parlamentares? O que é o peése? Ainda existe? O quê? Não há teleponto? Ah, ti António, não quer tosquiar este rebanho?

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Imagens da Guarda

Torre dos Ferreiros

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Crónicas da paróquia (2)

O PSD da Guarda, porventura devido ao défice crónico de tema e de credibilidade, lançou uma ofensiva contra a política cultural da Câmara, o TMG e a actividade cultural em geral. O pretexto foi buscá-lo ao espectáculo "Julgamento e Morte do Galo do Entrudo", que encheu a cidade na noite do dia 4. O qual recebeu o aplauso praticamente unânime do público e amplas referências na comunicação social, como se sabe. O tom desta ofensiva já havia sido dado, pela voz da vereadora Ana Manso, que aqui comentei. Todavia, embora tenha discordado dessas declarações, ainda consigo encará-las no contexto da luta política local. Esta campanha, pelo contrário, é das coisas mais estúpidas e ineptas que tenho visto na vida pública. Desdobra-se em dois momentos: um comunicado da estrutura local do partido e declarações do vereador José Gomes à Radio Altitude. Note-se que em momento algum se questiona o figurino, as opções estéticas do espectáculo. É óbvio que isso requereria um tipo de conhecimento e uma honestidade intelectual que escasseiam naquelas bandas. Ou, pelo menos, não se dá por eles. Lido o comunicado e ouvidas as declarações, ficámos a saber o seguinte: o Carnaval de Famalicão é que foi "genuíno, participado e organizado pelas colectividades", portanto um evento "de raiz verdadeiramente popular"; na Guarda, a participação dos cidadãos "limitou-se a assistir a uma coisa que lhe era debitada"; o primeiro foi um exemplo de cultura popular e o segundo um exemplo de "cultura contratada"; a Câmara "deu de bandeja" o espectáculo ao TMG, "para alimentar um monstro"; os grupos locais - "que, não fazendo vida da actividade cultural, conseguem prestações que em nada ficam atrás dos que não sabem fazer outra coisa" - são "esquecidos". Outros exemplos desta verborreia semeada de má-fé podiam ser dados, mas vou ficar por aqui. Tendo em atenção os limites da paciência e da imaginação dos leitores. Pacheco Pereira falava em "estado de estupor", a propósito do momento actual do PSD. Palavras apropriadas para os autores desta campanha, que urge desmentir, em jeito de serviço público. Começo pelos factos, seguindo-se as conclusões.
O primeiro espectáculo que recuperou a tradição do "Galo do Entrudo" decorreu em 2001, por iniciativa do NAC. Portanto, não foi o "Todos à Roda" que "teve a ideia".
Seguiram-se mais dois espectáculos, em 2002 e 2003, com outra estrutura de produção. Contou com a participação de inúmeras colectividades, entre as quais o "Aquilo Teatro", que na altura dirigia.
No ano passado, foi retomada a tradição, sendo o espectáculo produzido pelo "Todos à Roda", por via de uma proposta que apresentou à Câmara.
Situação que se manteria este ano, caso esse grupo não tivesse apresentado uma proposta que excedia a disponibilidade financeira da Câmara.
A autarquia decidiu então apresentar o projecto ao TMG/Culturguarda, de acordo com o orçamento existente, co-financiado pela Agência para a Promoção da Cidade.
O arranque do processo de produção e criação teve lugar um mês antes do espectáculo, o que limitou em grande medida as opções a tomar.
O evento contou com a participação de 20 colectividades do concelho, sendo que a totalidade dos actores e dos autores vivem ou são da cidade. Pelo contrário, o Carnaval de Famalicão contou apenas com três colectividades.
Como é sabido, fui co-autor do texto e participei como actor no espectáculo em questão. No entanto, de acordo com as luminárias do PSD, não faço parte dos happy few que fazem coisas na Guarda, por sinal as melhores do mundo, segundo a opinião do directório e de quem lha encomendou. Tenho pois dúvidas se não habitarei na Finlândia, ou até mesmo na Cidade do México. O Rui Isidro - também co-autor - provavelmente ainda está em Macau e o dinâmico jornalista que conhecemos da Guarda é, afinal, um holograma. Será que o Vasco Queiroz é um clone do outro, o original, que continua em Coimbra? E o Clube de Montanhismo, veio de Marte? Será que isto foi tudo uma ilusão?
Portanto:
Limitando-me aos eventos com maior impacto local, no seguimento da apresentação do "Guarda, Paixão e Utopia" e da evocação histórica do centenário da inauguração do Sanatório Sousa Martins, o TMG ofereceu à cidade e ao público em geral mais um espectáculo de grande qualidade, com padrões profissionais e de que a Guarda tem justos motivos para se orgulhar. E devo dizer que estou à vontade para o dizer, pois as únicas críticas negativas A ESPECTÁCULOS apresentados no TMG que pude ler até agora fui eu próprio que as escrevi neste blogue.
A área de intervenção do engenheiro Gomes tem a ver com sinais de trânsito e manilhas de saneamento. Sector fundamental na gestão autárquica, sem dúvida, mas insuficiente para perorar sobre políticas culturais. Talvez o sabor popular que encontrou em Famalicão provenha do cozido à portuguesa distribuído à borla .
Segundo o PSD, a qualidade do trabalho produzido pelos grupos locais mede-se por serem... locais. E, logicamente, em nada inferiores ao "que vem de fora". Estas ideias, para além de disparatadas, são perigosas: fomentam a auto-complacência, o autismo, a arrogância e o provincianismo. São o sinal de que a preservação da aurea mediocritas é uma realidade para muita gente na cidade. A actividade cultural, a criação de novos públicos e a própria afirmação de tradições locais nasce da experimentação e da troca. Não se compadece com o isolacionismo, próprio de quem não tem ideias, propostas consistentes ou hábitos de fruição de bens culturais. Ou, quiçá, medo de reconhecer as próprias limitações.
Conheço relativamente bem o associativismo local, tendo dirigido o "Aquilo Teatro" durante dois anos. Quer então, quer agora, sempre me bati por um apoio efectivo às colectividades e às criações locais. Todavia, o ênfase dado pelo PSD à "cultura de base popular" padece de uma vacuidade tal que sugere um discurso encomendado por terceiros, para além de se basear nos mesmos pressupostos que apontei no texto anterior sobre este episódio.
É claro que o actual modelo de apoio às colectividades merece severas críticas. Para além de exíguo, não promove a qualidade, a formação, a criatividade e muitas vezes dá azo ao favoritismo e à arbitrariedade. A autarquia deveria, em primeiro lugar, fixar um montante que, realisticamente, pretenda afectar ao apoio aos grupos ou criadores individuais. Parte dele, seria atribuído, per capita, com valor igual para todos, destinado a comparticipar as despesas de funcionamento, ainda que exigindo padrões mínimos de actividade. Uma espécie de rendimento mínimo garantido. Em seguida, deveria estabelecer prazos para recepção de projectos artísticos ou formativos e avaliar o seu mérito, tendo em atenção, exclusivamente, o interesse cultural especificamente local, mas também a originalidade e a criatividade. Esses projectos seriam apoiados caso a caso, sendo encorajado o recurso a outras fontes de financiamento e o funcionamento em rede. Tudo isto mediante a celebração de contratos-programa, com duração variável e onde fossem definidas as necessárias contrapartidas.
Desta forma se apoiariam com dignidade os agentes culturais de base associativa. Quer as colectividades, quer o público ficariam a ganhar. Em caso algum, com palmadinhas nas costas, ou abusando da condescendência populista. Quem o faz, os políticos medíocres, são mesmo "aqueles que não sabem fazer outra coisa".
A mesma força política que, na semana anterior, tanto defendeu uma "gestão equilibrada" da autarquia, vem agora questionar o facto de esta ter legitimamente optado por encomendar o evento por um custo inferior àquele que lhe foi inicialmente proposto. Indo ao ponto de justificar a diferença de preço com a presença de funcionários da Câmara a participar no espectáculo! Note-se que poderia mesmo, com alguma razão, criticar a forma como a autarquia geriu o processo. No entanto, preferiu tomar partido, olhar para o "prejuízo" de uma simples associação, em vez de olhar para o correspondente benefício da comunidade e racionalização dos recursos existentes.
Esta apagada e vil campanha do PSD, para além do que demonstra, sugere ainda outras considerações. Sou levado a crer que foi precisamente o êxito do espectáculo que tanto irritou esta gente, directa ou indirectamente. Foram apanhados descalços por uma adesão popular que, de certa forma, lhes usurpou a legitimidade, a representatividade pública. O entusiasmo genuíno e espontâneo da população assusta estas almas. Que não descansam enquanto não o diminuem, ou amesquinham o que o faz irromper.

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domingo, 17 de fevereiro de 2008

Incursões


Logo de manhã, pus-me a caminho. Habitar a 25 minutos da fronteira tem as suas vantagens. Comecei por encher o depósito do carro em Fuentes de Oñoro. Esta transacção, para além do que faz poupar, dá-me um gozo suplementar: não pagar IVA à taxa mais alta da Europa, graças ao Governo Sócrates. Mas hoje não me apetece falar sobre a res publica. O objectivo era, 70 km mais à frente, a aldeia histórica de La Alberca, no sopé da Serra de Francia. A zona abrangente está classificada como Parque Natural. Confesso que não me canso de ir respirar um pouco até este lugar único. Mas desta vez não fui só pelas amêndoas torradas ou as caixinhas de pólen, ou os enchidos. O créme de la créme era o percurso pedestre La Alberca - Las Batuecas (14 Km, ida e volta). O troço passava pela zona arborizada da serra e desembocava no ribeiro com o mesmo nome, junto a umas grutas com pinturas rupestres (canchal de las cabras pintadas). O vale de Las Batuecas compreende uma paisagem deslumbrante, no sopé da arriba da Peña de Francia, um conjunto de locais com vestígios do Neolítico e um convento carmelita do séc. XVI. Ao longo do caminho - muito bem sinalizado - um silêncio revigorante, quebrado pelo vento a passar pela copa dos pinheiros e das bétulas, ou por alguma ave mais afoita. Esta é uma das regiões mais inóspitas de Espanha. O seu isolamento deu lugar a uma série de lendas e histórias sobrenaturais. Dizia-se habitado por demónios e seitas ocultas, que os pastores não se atreviam a percorrer, com medo do desconhecido. A este propósito, Lope de Vega escreveu uma peça de teatro intitulada "Las batuecas del duque de Alba". No regresso, tempo ainda para uma visita relâmpago ao cume da Peña de Francia, como é hábito. Um sítio fascinante, onde a magia não tarda a fazer-se sentir. Estes locais estão predestinados ao maravilhoso, ao transcendente. A lenda da imagem que foi encontrada numa gruta e a edificação de um mosteiro quatrocentista falam por si. Era aqui também que vinha regularmente Miguel de Unamuno, quando era docente em Salamanca. Quiçá para encontrar o silêncio que a Universidade lhe negava. Em resumo, um dia em cheio.

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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ainda a noite do Entrudo

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Crónicas da paróquia (1)

O PSD da Guarda votou recentemente contra o Plano e Orçamento da Culturguarda, na reunião de Câmara em que o mesmo foi aprovado, graças ao voto de qualidade do vice-presidente da autarquia. O documento é equilibrado e toma em linha de conta a recuperação do défice e a estabilização financeira do TMG, durante o ano de 2007. Surpreendentemente, ou talvez não, a vereadora Ana Manso vem justificar aquela posição com a prioridade a "uma gestão equilibrada" da autarquia, compreendendo "as necessidades básicas da população". E só depois destas, no fim da lista, então "é que podemos aumentar as transferências para a cultura". A tese é exemplificada com umas manilhas de saneamento em Dominga Feia. O que permite concluir, de imediato, o seguinte: 1º a cultura deveria ser um luxo, um adorno tolerado; 2º as necessidades básicas ainda se agitam como bandeira numa agenda política paupérrima; 3º depois do lamentável episódio do aproveitamento da morte de uma criança numa ambulância na Régua, o PSD actual prossegue na senda da demagogia sem escrúpulos. Não obstante, o episódio é notável, pela sua nitidez. Daria um belo epitáfio para o PSD da Guarda, em particular, e para os políticos que enxameiam o país com semelhante "modus operandi", seja qual for a sua cor partidária. Comecemos pelo princípio: falar do ADN do PSD local é um tropismo, mas que não deixa de ser útil. O que dizer então de um grupo de saudosos não assumidos da velha ordem, que misturam os preconceitos da patética burguesia de província com um tom seminarista que fica a matar, de "empresários" que mais não são do que capatazes com jeito para o negócio, que levam à letra a detestável máxima local "quanto pior melhor" (que a contrario quer dizer "venham os incompetentes para os podermos criticar, mas cuidado com quem mostra trabalho, pois esses são para abater"), de néscios que ignoram as novas tendências ao nível da gestão, que fogem a sete pés do verdadeiro e profícuo debate ideológico na direita e ao centro, que pensam pequenino, que correm como hobbits, que actuam por impulsos de clã, nunca por convicções, exímios representantes do poder de veludo local, de que falava Pacheco Pereira, de sindicalistas da inércia, de populistas de vão de escada, de pobres títeres de papelão, de enxertos de um novo-riquismo cada vez mais paroquial, sem uma ideia, um rasgo, um projecto agregador do bem comum, nada que ultrapasse a defesa dos seus negócios, dos seus todo-o-terreno, do seu estatuto, das suas vistas curtas, do seu umbigo, bem no centro do portugal dos pequeninos? Pois bem, aí têm o PSD guardense. E como não há regra sem excepção, é justo apontá-la: a saudosa lista de Carlos Andrade, concorrente à Câmara nos anos 80. O que se disse significa então que as declarações de Ana Manso em nada me surpreenderam. Revelam a génese demagógica e ressabiada da tal escola de virtudes. Incapaz de reconhecer um bom desempenho onde ele existe. Incapaz de uma visão prospectiva da cidade. Incapaz de resistir ao mais torpe eleitoralismo. Mas, para além do pathos, há ainda um elemento novo: uma profunda ignorância sobre o significado estratégico do apoio público às actividades culturais. Uma matéria onde a vereadora deveria escutar com atenção alguns colegas do seu partido, maxime Vasco Rato. Ou ler a revista "Atlântico", por exemplo. Ou viajar pela Europa, ver in loco a importância crescente, cada vez mais consensual, do investimento público na Cultura e no património. Por todo o lado, como aqui expliquei, já se percebeu que quanto maior o volume de recursos afectos á actividade cultural, menores são os custos da sua manutenção. Esta matéria, pela sua sensibilidade, pelo carácter inconspícuo do que coloca em jogo, é pasto abundante para o populismo fácil e imediato. Aquele que prefere coliseus a teatros, salões de festas a foruns artísticos, rebanhos a cidadãos, quinquilharia urbana a bibliotecas, emissários a jornalistas, gente que obedeça a gente que crie. A luta continua. Pois.

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

Imagens da noite do Entrudo (2)




Pedro Caetano
NOTA: Ver aqui slideshow do portfolio

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Imagens da noite do Entrudo (1)

Decorreu na segunda-feira à noite o aguardado "Julgamento e Morte do Galo do Entrudo", que tomou conta das ruas da Guarda. Eis algumas imagens registadas durante o espectáculo, da autoria de Pedro Caetano.






NOTA: Ver aqui slideshow do portfolio

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Isto vai aquecer!

(clicar para ampliar)

"O Julgamento do Galo é uma tradição de diversas localidades portuguesas, nomeadamente do concelho da Guarda, tratando-se de um ritual de exorcismo dos males que acontecem às comunidades.O Galo é o culpado por intrigas, desavenças e demais insucessos que tiveram lugar no ano que passou, pelo que é julgado e condenado na praça pública, num ritual expiatório de purificação, no qual é renovada a esperança. O espectáculo será coordenado por Américo Rodrigues, que também assina o guião. Os textos estarão a cargo de Rui Isidro e (deste vosso criado). A concepção e construção do Galo do Entrudo estarão a cargo dos artistas plásticos Pedro Figueiredo e Albano Martins. O “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo” vai envolver as colectividades do Concelho da Guarda e contará com a participação de vários actores da região. São personagens neste espectáculo, entre outros, Augusto Gil, Alberto Dinis da Fonseca, Joaquim Chamisso, Ribeirinha e o Velho da Retaguarda, que assumirão a defesa ou a acusação do “culpado”. O juiz deste julgamento será o Rei fundador da cidade, D. Sancho I, que determinará um veredicto.O convite da autarquia à Culturguarda para a produção do espectáculo acontece no seguimento da redefinição do modelo de gestão cultural que a Câmara da Guarda se propôs implementar logo no início deste ano. A Culturguarda foi já responsável por grandes produções com a participação das colectividades e manifesta adesão popular, como o espectáculo Guarda, Paixão e Utopia, e a Evocação da Visita da Rainha Dona Amélia para comemoração do Centenário do Sanatório Sousa Martins."

O texto supra foi retirado do blogue do TMG, onde poderão encontrar toda a informação relevante acerca deste notável evento que, por uma noite, vai encher a cidade de côr e de animação.

Nota: esta entrada será reposta por diversas vezes até dia 4.

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Jornal Cidade Mais
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